quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Sobre amizades que vão com o tempo...

Ilustração: We Heart It
 Essa noite eu parei pra pensar sobre como nós deixamos pessoas queridas irem embora com o passar do tempo. Engraçada essa capacidade humana de demorar meses, anos, décadas para construir amizades sólidas e verdadeiras e deixá-las escorregar pela palma da mão em um momento qualquer da vida.
 Melhores amigos deviam viver para sempre. Nem que fosse na nossa lembrança. Por sinal, muitas vezes nem nas lembranças que visitamos periodicamente estão certos momentos que juramos por um segundo que seriam eternas.
 Hoje encontrei na rua uma amiga que não via há anos. Certo, Ingra. Digamos que eu a tenha visto algumas vezes por essa vidona. Mas todas essas vezes foram rápidas, muitas delas sem nem um "Oi". Passávamos na rua, dávamos um sorriso envergonhado, de canto de boca, sem a certeza de que a outra ia retribuir e depois seguíamos os nossos caminhos. Mas hoje, quando a vi naquele vestuário, quando damos dois beijinhos nas bochechas e falamos "Quanto tempo!" e fomos embora (cada uma seguindo o seu caminho), passou um filme em minha cabeça. Lembrei de quando ia pra casa dela, de quando brincávamos de boneca e cantávamos no carro de volta a minha casa. Senti uma pontadinha no estômago, um cutuque, sabe como é? "Ei! Quando foi mesmo que essas coisas deixaram de fazer parte da sua vida, Srta. Ingra?". Bateu saudade.
 Com outra ex-amiga (será que existe esse cargo?), isso de encontrar apenas na rua, em situações inusitadas, já virou piada. Só a encontro assim, na correria. Nunca mais paramos pra conversar e colocar o papo em dia. Nos encontramos, damos aquele abraço nostálgico e rimos daquela situação que se repete diversas vezes... "Só assim para nos encontrarmos, né?!".
  Pior ainda do que todas essas situações, é quando nós vemos uma amizade indo embora e nos sentimos de mãos atadas, sem ter o que fazer ou sem forças para continuar lutando. Quando percebemos que o chão está rachando e que estamos cada uma de um lado. Que o abismo entre nós já se tornou tão vasto, que nossas mãos já não se tocam na esperança de revertermos a situação. Essa sim dói. Dói muito.
 Mas é como dizem... "Se você ama alguém, deixe-o livre para voar, se voltar é seu e se não voltar é porque nunca te pertenceu.".

Beijos,
  Ingra Pimenta.

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