quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Sobre amar-se, no verbo indicativo.


 Hoje, depois de um longo dia, parei pra pensar em como sempre nos comparamos a outras pessoas.
 Perdi a conta de quantas vezes achei que o cabelo de fulana era mais bonito, sedoso que o meu; que a unha de sicrana tinha uma forma, um tamanho mais adequado que a minha; que o corpo de beltrana era mais curvilíneo, que os olhos, mais atraentes; que a boca mais carnuda; que a bunda mais durinha; que a barriga, menorzinha; que o sorriso, mais certinho... Ufa!
 Cheguei a conclusão de que nunca estamos satisfeitas com o que a natureza nos deu (e de que sempre achamos a grama do vizinho mais verdinha e bem cuidada). Mas, porque não parar de nos comparar?
  Eu sei que esse papo já é muito caidinho, mas amar-se faz bem. Muito bem. Parar de olhar pro umbigo do outro e passar a olhar pro seu próprio umbigo, é uma das melhores coisas da vida. Assumir-se é a palavra certa.
  Se não estiver satisfeita com algo em você, procure pelas mudanças. Se os quilinhos a mais te incomodam, se o seu cabelo não lhe agrada, se o seu rosto não é igual ao daquela atriz de Hollywood, e se qualquer outra coisa lhe impede de ser feliz consigo mesma, lembre-se de que todos nós temos defeitos e qualidades.
  Passei um bom tempo da minha pré-adolescência, achando que não era tão bonita quanto amigas minhas. Que as pessoas não viam graça em mim, que o meu cabelo não era tão liso quanto o delas, e que, principalmente, meu sorriso espaçado fazia de mim, uma pessoa feia. Tirei dezenas fotos sem sorrir, me auto-critiquei em outras cem e cheguei a chorar algumas vezes, por não ser igual a outras pessoas. Minha mãe vivia me falando que eu era linda, que minha beleza era única e que eu não precisava de um cabelo liso, uma pele mais clara ou um sorriso perfeito pra chamar atenção. E está aí... O bom é ser diferente.
  Depois dessa fase, aprendi a amar cada partezinha de mim. Aprendi a olhar-me no espelho, e pensar: "Nossa! Como estou bonita!", a vestir uma roupa me sentir bem. Foi só uma questão de tempo, para eu perceber que quanto mais nos colocarmos para baixo, menos as pessoas nos acharão interessantes.
  A beleza vem de dentro de nós, para o mundo externo. Quando nós, antes de qualquer pessoa, nos achamos atraentes, transmitimos isso com o nosso corpo, com a nossa fala, com os nossos gestos. Não sou psicóloga, nem estudiosa sobre o assunto, mas vivo a experiência da autoaceitação. Hoje, mais do que nunca, eu me amo do dedo mindinho do pé ao último fio de cabelo, sinto que transmito isso a quem está perto e vivo numa boa comigo mesma. Comparar-se negativamente? Não faz mais parte do meu vocabulário.

2 comentários:

  1. Quando a gente pensa em apenas um padrão de beleza a gente sempre se questiona a nossa adequação a ele. No Brasil temos tantos tipos. Tantas negras lindas e só as brancas lindas ou nem tanto aparecem nas tvs como belas!! Você, com seu blog, é formadora de opinião, poderia pensar/escrever/analisar mais esse aspecto. Um beijo

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    Respostas
    1. Olá! Obrigada pela opinião e pelo conselho!
      Beijos e volte sempre!

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